sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Palestras e Mesas

Mesa “O Ator e o Cinema”
Convidados: Roberto Gervitz,  Christian Duurvoort e Lau Santos 

Segunda-feira (08/11)
Horário: 14:00 às 18:00
Local: Auditório Henrique Fontes, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade.

O propósito da mesa é trazer à tona questões sobre a necessidade de uma equipe que acompanhe os atores desde o casting até as filmagens, passando pela preparação e sobretudo pela direção. É realmente necessária a atuação de outro profissional, além do diretor do filme, para dirigir os atores? Talvez a divisão de tarefas, cada vez mais intensa no cinema, provoque um distanciamento prejudicial entre o diretor e os atores. O diretor de atores é mesmo necessário ou apenas representa uma dificuldade do diretor do filme em trabalhar os atores? Como deve ser feita essa aproximação entre eles para atingir o tom proposto pelo filme?

Roberto Gervitz é formado em Ciências Sociais pela USP. É diretor e roteirista, tendo começado sua carreira na década de 70 com documentários de cunho político como Greve Geral e Braços Cruzados, Máquinas Paradas. Estudou na Escuela Internacional de Cinema y Video em Cuba com Gabriel Garcia Marques, e na Cinemateca Francesa, em Paris. Foi aclamado em 1988 por seu trabalho como diretor e roteirista em Feliz Ano Velho, ganhando diversos prêmios. Entre seus últimos trabalhos temos o premiado Jogo Subterrâneo e a direção de quatro dos dez episódios da série Carandiru: outras histórias.

Christian Duurvoort é ator, diretor e preparador de elenco. Preparou atores dos longas metragens Jogo Subterrâneo, Noel O Poeta da Vila, El Baño del Papa, Não por Acaso, A Via Láctea, Cidade dos Homens, Blindness, Um Homem Qualquer e dos seriados de televisão Cidade dos Homens e Filhos do Carnaval. Foi professor convidado da Escuela Internacional de Cine Y Television de Cuba. Estudou em Paris com Jacques Lecoq e Monika Pagneux. Ministra cursos através do método "Ator Imaginário" e é professor da Escola Internacional de cinema em São Paulo.

Laudemir Pereira dos Santos (Lau) é mestrando em Teatro na Universidade de Santa Catarina, focando o trabalho do ator no cinema, através da imagem desse projetada na tela. Graduou-se em Letras/Português pela Universidade Federal de Santa Catarina e estudou no Conservatório Nacional Superior de Artes Dramáticas de Paris. Viveu durante 9 anos na Europa, Barcelona/Paris onde deu aulas e fundou um Centro de Pesquisas sobre o trabalho do Ator: C.I.R.C. (que fundia várias linguagens teatro, circo, capoeira, dança e vídeo). Lecionou, atuou e dirigiu espetáculos na Europa. A ênfase de seu trabalho é a direção de espetáculos, direção de vídeos e circo. É também poeta e dramaturgo.
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Mesa “O Limiar da ficção”
Convidados: Simplício Neto e Ruy Gardnier

Terça-feira (09/11)
Horário: 14:00 às 18:00
Local: Auditório Henrique Fontes, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade.

O limiar da ficção envolve as fronteiras dos discursos de realidade e de ficionalidade, resumindo as fronteiras entre documentário e ficção. Assim, temos em foco a questão do realismo no cinema, que aborda tanto a história do documentário, sua tradição ética e estética, quanto a tradição da representação ficcional realista, onde vemos diversos pontos de contato no cinema e na TV. Trabalha-se com filmes que criam "fissuras" na ficção ou em que o mundo diegético se rebate sobre o "mundo real", traçando um breve histórico com ponto de ancoragem em Roberto Rossellini. Por fim, analisa-se a estética de alguns cineastas contemporâneos que provocam perturbações na lógica documental/ficcional e observando alguns procedimentos de mise-en-scène que tornam distintas as obras desses cineastas.

Simplicio Neto: possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e mestrado em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (2006). Atualmente é Professor do Laboratório Estação - Grupo Estação, Editor / Redator da Porta Curtas Petrobras e Professor Substituto da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Cinema. Atuando principalmente nos seguintes temas: Documentário, Favela, Realismo, Voyeurismo, Ética e Axiografia.  

Ruy Gardnieré fundador e crítico da revista eletrônica Contracampo, jornalista do jornal O Globo e pesquisador do Tempo Glauber.
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Palestra - sessão comentada "O mundo como olhar - Viajo porque preciso, volto porque te amo" (Dirigido por: Marcelo Gomes e Karim Ainouz)
Convidada: Cláudia Mesquita

Quarta feira - 10/11
Horário: 9:00 às 12:00
Local: Sala Hassis, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade

Exercício fílmico de radical deslocamento do olhar documental original, “Viajo porque preciso, volto porque te amo” o faz para sugerir, paradoxalmente, que não há mundo possível sem um olhar que o limite, distorça e transfigure. A partir do comentário ao filme e de alguns cotejos com outras obras, buscaremos uma atualização da discussão sobre os limites tênues do documentário e da ficção no cinema.

Cláudia Mesquita: é professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De 2007 a 2010, foi professora no Curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É pesquisadora de cinema, com mestrado e doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Atua como pesquisadora e realizadora de documentários, tendo integrado as equipes de Saudade do Futuro (César & Marie-Clemence Paes, 2000), Peões (Eduardo Coutinho, 2004), Em Trânsito (Henri Gervaiseau, 2005), e co-dirigido, com Junia Torres, Nos olhos de Mariquinha (2008). Tem ministrado com regularidade cursos e oficinas de cinema, assim como publicado artigos em livros e revistas especializadas. Publicou, em co-autoria com Consuelo Lins, o livro Filmar o Real – sobre o documentário brasileiro contemporâneo (Jorge Zahar Editor, 2008).
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Mesa: “O filme-ensaio e a obra de Godard”
Convidado: Ismail Xavier

Quarta-feira (10/11)
Horário: 13:30 às 18:00
Local: Auditório Henrique Fontes, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade.

*Como introdução dessa mesa, haverá apresentação da Cinemateca.

A noção de filme-ensaio tem se mostrado pertinente na caracterização de obras de cineastas que apresentam forte dimensão reflexiva, heterogeneidade de meios e linguagens que dificulta o uso de categorias como ficção, documentário, cinema experimental. Godard, desde os anos 60, é um dos maiores protagonistas de um estilo de trabalhar o cinema como "forma que pensa", ressaltando a combinação do aspecto conceitual do discurso audiovisual, onde está igualmente presente, com toda a legitimidade, a subjetividade do autor. Esta questão será colocada em foco a partir de "Duas ou três coisas que eu sei dela" (1966).

Ismail Xavier: formou-se em Comunicação Social (habilitação em cinema) pela ECA (Escola de Comunicações e Artes da USP) em1970. É Mestre em Teoria Literária na USP, sob orientação de Paulo Emílio Salles Gomes, com a dissertação À procura da essência do cinema: o caminho da avant-garde e as iniciações brasileiras, defendida em 1975. Doutor em 1980, orientado por Antonio Candido de Mello e Souza, com a tese Narração contraditória: uma análise do estilo de Glauber Rocha, 1962-1964. Em 1982, tornou-se PhD em Cinema Studies pela Graduate School of Arts and Science, da New York University, onde concluiu seu pós-doutorado em 1986. Publicou tese de livre-docência em 1993, com o título Alegorias do subdesenvolvimento: Cinema Novo, Tropicalismo, Cinema Marginal.
É professor da ECA-USP desde 1971. Também foi professor-visitante na Universidade de Nova Iorque (1995), na Universidade de Iowa (1998) e na Université Paris III - Sorbonne Nouvelle (1999). É membro do conselho consultivo da Cinemateca Brasileira desde 1977. Faz parte do conselho editorial das revistas acadêmicas Novos Estudos Cebrap e Literatura e Sociedade.
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Palestra - sessão comentada “Terra deu, terra come”
Convidado: Rodrigo Siqueira.

Quinta-feira (11/11)
Horário: 9:00 às 12:00
Local: Sala Hassis, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade

Rodrigo Siqueira: Com formação em jornalismo, o diretor mineiro Rodrigo Siqueira entrou para o cinema como
pesquisador para o longa-metragem de ficção que abordava a trajetória da Radio Favela de Belo Horizonte. A partir dessa experiência, realizou o documentário Aqui Favela, o Rap Representa, vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Pesquisa no Festival Internacional de Filme Etnográfico do Rio de Janeiro em 2003 e exibido em rede nacional pela Tv Cultura, atingindo cerca de 800 mil espectadores e tendo excelente repercussão. Terra Deu, Terra Come consagraga Rodrigo Siqueira como diretor ao ganhar o prêmio máximo no É Tudo Verdade 2010, o mais importante festival de documentários da América Latina. O filme é seu segundo trabalho autoral e seu primeiro projeto a ser lançado em circuito comercial de cinemas.

Terra deu, terra come (2010)
(Direção: Rodrigo Siqueira)
Pedro de Almeida, garimpeiro de 81 anos de idade, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. O ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Ao conduzir o funeral de João Batista, Pedro desfia histórias carregadas de poesia e significados metafísicos, que nos põem em dúvida o tempo inteiro. A atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera nos provoca pela sua dramaturgia espontânea, uma auto-mise-enscène instigante.
No filme, não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro.
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Mesa “Transmídia: a ficção no mundo real”
Convidados: Roberto Tietzmann, Maurício Martins Faria, Pedro Tourinho. 

Quinta-feira (11/11)
Horário: 14:00 às 18:00
Local: Auditório Henrique Fontes, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade.

Transmídia é a criação de inúmeras ferramentas de acesso e a geração de novos focos de interesse, que são os atuais movimentos da indústria de entretenimento e publicidade. Tudo isto é pensando em termos estratégicos: abordar conteúdos em diversas mídias, gerar interação e envolvimento, impactar o maior número de pessoas das mais variadas formas e, com isso, obter o maior lucro possível. Essa extrapolação dos limites pela transmídia convoca o público consumidor a interagir com os múltiplos conteúdos, proporcionando assim uma nova proposta de experiência.

Roberto Tietzmann é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul tendo realizado uma pesquisa sobre comunicação visual e cinema através dos créditos de abertura de filmes. Concluiu o doutorado pela PUCRS estudando efeitos visuais, montagem e narrativa cinematográfica. Atualmente é professor da FAMECOS, faculdade de comunicação social da PUCRS.

Maurício Martins Farina é fotógrafo, graduado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da ECA/USP (2003). Atualmente é o chefe do Departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação do Instituto de Artes da Unicamp. Trabalha com teoria e crítica da imagem, atuando principalmente com temas relacionados com a fotografia, a história da arte, e a semiótica da cultura.

Pedro Tourinho é publicitário especialista em entretenimento e mídia pela UCLA, Califórnia. Diretor de conteúdo e interatividade do Legendários.
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Mesa “Entre a tela e a página”
Convidados: Suzana Amaral e Marcelo Esteves

Sexta-feira (12/11)      
Horário: 14:00 às 18:00
Local: Auditório Henrique Fontes, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade.

Partindo do fato de que muitas produções cinematográficas se baseiam em livros para o desenvolvimento dos roteiros, essa mesa procura provocar discussões que façam refletir sobre esse processo, o limiar dessas linguagens e todas as possibilidades de relação entre elas.
Suzana Amaral:  Atualmente é Professora Adjunta no ensino superior da Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Cinema. Produziu, dirigiu e roteirizou incontáveis filmes para a TV Cultura e os longa-metragens "A Hora da Estrela","Uma Vida em Segredo" e "Hotel Atlântico", baseados em obras literárias de Clarice Lispector, Autran Dourado e João Gilberto Noll, respectivamente. O último lhe rendeu o  "Prêmio ABL de Cinema", pelo roteiro que assinou junto com João Gilberto Noll. Sua participação e premiação em diversos festivais nacionais e internacionais motivou a Condecoração Ordem do Rio Branco no Grau de Oficial, do Ministério das Relações Exteriores.

Marcelo Esteves: Coordenador e professor do curso de Cinema da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. É autor do roteiro de "Manhã Transfigurada" – longa-metragem gaúcho dirigido por Sérgio Assis Brasil - através do qual concorreu ao prêmio de Melhor Roteiro Adaptado para o Cinema da Academia Brasileira de Letras, em 2010 . Foi roteirista das séries "Os Farrapos" (RBS TV/ RS), "O Contestado" (RBS TV/ SC), e "Lendas, Contos e Outras Histórias Catarinenses" (RBS TV/ SC). Como roteirista da TVi – Televisão e Cinema, escreveu o roteiro do curta-metragem "Alumbramentos", vencedor do Prêmio Cinemateca Catarinense/ Fundação Catarinense de Cultura – 2001. Na edição de 2007, foi premiado pelo roteiro do curta-metragem "Mulher Azul".

O limiar da ficção envolve as fronteiras dos discursos de realidade e de ficionalidade, resumindo as fronteiras entre documentário e ficção. Assim, temos em foco a questão do realismo no cinema, que aborda tanto a história do documentário, sua tradição ética e estética, quanto a tradição da representação ficcional realista, onde vemos diversos pontos de contato no cinema e na TV. Trabalha-se com filmes que criam "fissuras" na ficção ou em que o mundo diegético se rebate sobre o "mundo real", traçando um breve histórico com ponto de ancoragem em Roberto Rossellini. Por fim, analisa-se a estética de alguns cineastas contemporâneos que provocam perturbações na lógica documental/ficcional e observando alguns procedimentos de mise-en-scène que tornam distintas as obras desses cineastas.
Terça-feira (09/11)
Horário: 14:00 às 18:00
Local: Auditório Henrique Fontes, CCE bloco B, UFSC, Campus Trindade.

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